Desenhos

A arte do desenho é para mim um meio de ter acesso a uma experiência espiritual enriquecedora, quando é possível despojar-se dos limites que restringem nossa vida cotidiana. Então podemos perceber que temos um poder em nossas mãos, um poder que flui através da tinta de uma caneta e deixa suas marcas no papel. Este poder nos livra das neuroses e nos faz vislumbrar outros mundos possíveis. Há uma abertura para novas conexões com a vida através da arte.


Elias Santos, Estudo18, Gravura digital, 2010, formato A4.


Elias Santos, Estudo17, Gravura digital, 2010, formato A4.


Elias Santos, Estudo11, Gravura digital, 2010, formato A4.



Normalmente procuro liberar o traço de condicionamentos prévios, encarando a superfície branca do suporte como um deserto no qual é preciso criar territórios impregnados de sentido, ainda que o sentido produzido nos faça experimentar sensações de estranhamento. Nesse processo, não há uma imagem previamente estabelecida no intelecto, a imagem é algo que vai sendo produzida no trabalho de confrontar o vazio contido na superfície branca do suporte.



Elias Santos, Sem Título, Desenho, Tinta acrílica e caneta prateada sobre papel opaline, 2008, 16,6x16,6cm. 


Elias Santos, Sem Título, Desenho, Tinta acrílica e caneta prateada sobre papel opaline, 2008, 16,6x16,6cm.


Elias Santos, Sem Título, Desenho, Tinta acrílica e caneta prateada sobre papel opaline, 2008, 16,6x16,6cm.


Elias Santos, Sem Título, Desenho, Tinta acrílica e caneta prateada sobre papel opaline, 2008, 16,6x16,6cm.


Às vezes sinto que esse processo pelo qual a imagem vai se sedimentando no suporte está relacionado à produção de um audiovisual mudo, no qual os componentes audíveis não estão claramente discernidos, mas exercem uma compressão suficientemente forte sobre o corpo, capaz de conduzir o traço a uma direção que eu não teria pensado. O estado de solidão que é assim produzido parece estar impregnado de vozes que fazem vibrar a ossatura do crânio, não com uma mensagem do além, mas com uma sutil sugestão de que é preciso dar uma forma visível a essas forças do pensamento que atravessam o corpo, enquanto se está envolvido nessa atividade criativa. Todo o trabalho consiste em procurar instalar-se nesses territórios de solidão e dar passagem aos fluxos de idéias-movimentos que se individualizam no objeto de arte. O corpo tona-se, então, uma caixa de ressonância onde tudo isso acontece e os melhores trabalhos ocorrem quando se chega a esse território desconhecido.



Elias Santos, (Lilly), Desenho a tinta sobre papel manteiga, 2007, 1,00x1,80 m.


Elias Santos, (Malabar), Desenho a tinta sobre papel manteiga, 2007, 1,00x1,80 m.


Elias Santos, (O Ladrão), Desenho a tinta sobre papel manteiga, 2007, 1,00x1,80 m.


Elias Santos, (O Sósia), Desenho a tinta sobre papel manteiga, 2007, 1,00x1,80 m.


Elias Santos, (As Varas e os Flagelos), Desenho a tinta sobre papel manteiga, 2007, 1,00x1,80 m.


Elias Santos, (O Cerimonial Pedagógico), Desenho a tinta sobre papel manteiga, 2007, 1,00x1,80 m.


Elias Santos, (Vestimenta de Forças), Desenho a tinta sobre papel manteiga, 2007, 1,00x1,80 m.


Elias Santos, (Estojos para os Mamilos), Desenho a tinta sobre papel manteiga, 2007, 1,00x1,80 m.